Reconhecer e enaltecer as partes difíceis da nossa história pode nos tornar ainda mais fortes. E é nessa ideia de valorizar a beleza nas coisas imperfeitas que o conceito de wabi-sabi nasceu ainda no século XV no Japão. Com base nos ideais do budismo, o wabi-sabi tem entre os seus preceitos a aceitação das marcas da passagem do tempo.
Assim, as decorações wabi-sabi valorizam o afeto e a memória das casas com a utilização de elementos de composição em materiais que destaquem o rústico e o imperfeito como, por exemplo, uma mesa de madeira maciça sem acabamento e a inclusão de arranjos com flores secas reaproveitadas.
“A inclusão de materiais orgânicos é ponto chave para esse tipo de decoração. Além disso, objetivos que tenham uma memória afetiva para a família, mesmo que já desgastados pelo tempo, também são valorizados nesse tipo de decoração”, explica a arquiteta, Luciana Florido.
Dentro deste conceito, também ganham destaque nas casas japonesas as cerâmicas quebradas e reparadas por meio da técnica centenária kintsugi, em que as rachaduras do objeto são preenchidas com pó de ouro, prata ou platina, sem esconder as fissuras de sua história.